sábado, 13 de julho de 2024

Um pouco antes do inferno (ou não)

 

2012 – O ano da decisão

O ano era 2012, uma paixão clara por cocaína, a droga que estabeleceu todas as relações interpessoais, de interesse, sejam financeiros, amorosos ou qualquer outro.

Antes, eu sentia medo, me escondia, não saia para trabalhar quando estava sobre efeito da droga, mas começou uma severa mudança, uma mudança que me levaria a beira da loucura. Comecei a sair, trabalhar, cobrar e usar.

Nem de longe isso seria uma vida normal, uma vida onde eu pedia dinheiro para o pai de manhã cedo e a noite eu já não tinha um real, só cocaína no bolso, pouca gasolina, quase nada de cigarro, não tinha comida em casa e tudo parecia o paraíso.

Um plano obcecado por comprar um 1kg e acreditar que tudo ficaria bem se houvesse drogas.

As roupas gastas, o skate, o carro, tudo se moendo, as relações das pessoas que realmente eram alguma, poderiam ser benéficas, essas... Essas pessoas sabiamente se afastaram em resguardo próprio.

Simplesmente comecei a secar, andei de boca em boca até encontrar uma boca (biqueira, ponto de venda de drogas em Campo Bom) que me levou a uma outra biqueira/boca em São Leopoldo, essa outra venda de drogas conseguiu me oferecer drogas no “atacado” em um preço único que sustentou meu vicio de forma caótica e doentia.

As gurias, aquelas almas perdidas da noite que entravam no meu carro para se drogar, os amigos vampiros que por interesse vinham usurpar minha droga. Noites intermináveis de solidão, desespero, abando de si mesmo me acompanhavam...

O que antes era divertido, sair pra jogar sinuca, sair a noite, beber, essas coisas já viraram rotina e nelas meu próprio tédio!

As drogas tem seu preço e uma coisa foi feita nesses processo, uma ideia tão doente quanto a viagem que me envolvia, a ideia foi praticar fraudes no seguro desemprego.

O ano era 2013 perto de outubro, nunca esqueço, então finalizei finalmente elas (coisa rara um drogado acabar uma tarefa) e tão logo, entraram na minha sala do escritório. Coitado do meu pai, não aguentava mais minhas viagens.. Pagou para me internarem...

A clinica em si era clandestina, era um lugar de vários abusos psicológicos, um lugar triste, internação involuntária... Perdi diversos clientes (os que não consegui perder me drogando perdi por não atender). Então, minha vida que já era ruim ficou muito pior... Sai de lá para casa, minha casa toda estranha, não sentia vontade de viver, comecei a fumar maconha sem parar... cara, que visão triste...

Mas... eu fiz fraudes das quais não consegui colher os frutos em 2013 e em 2021 isso me colocaria na cadeia!

Logo que sai da clinica, iniciei um relacionamento e os próximos escritos serão tristes e irão retratar esse relacionamento!

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