domingo, 11 de abril de 2010

Vários únicos

A procura da moldura da mascará
Só você vê, gosta, aposta
Até descobrir outro fazendo igual
Procura uma lista nova

Essa exclusividade se torna normal
Você se acha tão diferente
Sem perceber que é igual
Então procura ser uma versão mais atual

Daquilo que nunca vai ter
Sem saber do engano
Sem saber do fulano
Sem saber de você

Absorve a idéia e compra a briga
Quando ganha é no grito
Enquanto continua perdido
Somando as notas que pagou

A certeza que a razão comprou
Algo que não nasceu e você matou
É tão seguro essa fortaleza
A onda que varre, vasa e invade.

Desmonta aquilo que é, não se fala, apenas se sente, não se ensina, não se compara, não se tem e por isso você não precisa.
A porta se abre para dentro
A porta se fecha para fora
As chaves, onde eu coloquei?
As chaves, como eu tenho procurado!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Noites nos círculos infernais de Veneza

Parte 1...

A verdade e a mentira confundidas quando estão enrustidas.
Criam as fantasias e nossos fantasmas
Almas perdidas que se encontram no vazio da vida
Nas suas próprias prisões do ontem e do amanhã
Ferem suas feridas e formam seus infernos
Assim os enfermos procuram a cura na própria doença.
Uma crença, uma ideologia, uma utopia
Clareia o dia, mas o céu ainda não chegou.
A porta não fechou.
Para uma subida, uma escada, a única saída.
Apogeu e decadência
Várias formas de subir e apenas uma para cair.
Só um caminho a seguir
Aqui e agora!




---

Parte 2...

Vento leve que me leva para bem longe.
Onde não afeta
A vibração da minha mente.
Insana, imensa, intensa, incoerente.
Admiravelmente insuportável como num filme B
Fabricado, marcado, zelado e enlatado por livre escolha.
A vida vista de dentro de uma bolha
Borbulha a vontade de sair e cego!
Olha! Olha! Olha! Mas não vê!
Shopping ou cine prive?
Mundos paralelos.... Os egos!
Morrendo de sede da vontade de libertar-se de si mesmo.
Num apelo atormentado, mariposa bate as asas e traz o vento num tornado.
Levanto desesperado desse sono profundo acordado!

Desvios de rota

Desvio, mudo e movo feito a moda de mais um comercial
Limito e imito para ficar diferente
Bem igual ao filme da tela quente
Nesse tempo eu finjo que tenho escolha

Pelo voto secreto
Pelo modo correto
Pelo caminho reto
Do círculo eterno

No dia a dia guardo minha alegria
Esperando poder abrir a caixa cheia de fantasia
Você pode esperar por mim?
Fico projetando a hora que nunca vai chegar

Acelero, sempre com presa.
Mas parece que já passei por essas rotas
Eu continuo, eu nem questiono.
Engulo, sigo, prossigo.

Quando alguém xinga eu xingo
Quando alguém grita eu grito
Quando morde eu mordo
Quando mata se morre

Quando não se sabe eu finjo saber
Dos destinos, das escolhas, das filosofias
Eu que sei, eu que tenho, eu que vou chegar a lugar algum

Mas eu tenho tanta presa.
Ando tão louco e o fogo começa a arder
Numa ânsia de suprir
Numa impotência de subir essa eterna descida
Esse retorno eterno
Essa roda errada
Essa rota virada.