Era
janeiro de 2014, eu havia ficado três meses no inferno da clinica, onde clinica
não é o nome e sim prisão particular para jovens drogados. Estava revoltado,
sem dinheiro, sem esperança, com uma casa extremamente bagunçada, sem nenhuma motivação
e muita vontade de morrer!
Me
deitei naquilo que era minha casa, Dieni e Elton Dion moravam aqui (afinal eles
esperavam que eu ficaria muitos meses lá naquele inferno).
Não
demorou eu me droguei, aliás, foi a primeira coisa que fiz, também pudera, não
sentia a mínima vontade de parar de usar drogas e ficar sem drogas só me deixou
mais triste, solitário, gordo e desemparado.
Iniciei
uma relação amorosa logo com a Dieni, começamos a namorar, a ficar sério, nessa
relação unilateral (onde só ela fazia tudo) eu era literalmente um filho dela.
Algumas
pequenas coisas mudaram, consegui um modo de fazer dinheiro, um negócio que me
levaria mais longe no meu casamento com cocaína.
Comecei
a misturar maconha e cocaína e álcool. Nesses delírios eu vivi meu próprio
inferno, onde eu via que ela havia me traído, que ela iria me roubar, que ela
não “prestava” e com certeza, nada disso era real, tudo era efeito de muito
droga. Mas na minha mente era tudo tão tão real...
Começou
o relacionamento tóxico, os xingamentos, os abusos de todos os lados e então eu
tinha uma vitima...
Em
junho ou julho de 2015 aconteceu a segunda internação a força, diferente da
primeira, eu surfei nessa internação, agi direitinho, até conseguir a visita e
contar de verdade o que acontecia lá dentro da clinica e consegui uma transferência
para uma clinica descente. Era de verdade uma chance de ficar limpo em muito
tempo e deus, como eu queria ficar limpo, como eu queria sair das drogas a
essas alturas...
Fugi da
segunda clinica, mas sai de lá querendo ficar limpo, infelizmente não durou
muito e acabei parando em outra clinica psiquiátrica, mas essa foi tensa,
muitos remédios e eu quase fiquei louco, fugi.... Bati minha cabeça numa escada
(uma cicatriz que terei pelo resto da vida)
Nesse
meio tempo eu estava guardando dinheiro (eu não, ela... ela fazia tudo e não
deixava eu derreter o dinheiro em drogas – graças a deus)
Entre
cigarros apagados no braço, brigas em família, carros jogados em valão eu ainda
estava vivo e comecei a fumar muita maconha, muita...
Foram
11 meses de chapadeira intensa, larguei o pó de mão... e...
Vamos
ter um filho? (Porque não né? Não tinha nada de errado comigo, o que poderia
dar errado? Huahahuhauhuahuahuauha)